Posts de Ana Bárbara Ferreia

A Justiça de Mato Grosso deferiu o pedido de recuperação judicial do Grupo LFPEC, um dos principais fornecedores de proteína animal do Brasil, que acumula dívidas de R$ 180 milhões. Liderado pelo empresário Francisco Camacho, o grupo administra mais de 15 mil hectares e gera 150 empregos diretos. A crise no agronegócio, agravada por fatores como pandemia, guerra na Ucrânia e altas taxas de juros, tornou inviável a renegociação com credores. Com a decisão, o conglomerado busca reestruturar suas finanças e manter suas operações ativas.

A safra de soja 2024/2025 em Mato Grosso enfrenta grandes desafios devido ao clima e à falta de infraestrutura. O atraso no plantio, causado pela demora das chuvas, prejudicou o desenvolvimento da cultura, enquanto as chuvas intensas na colheita afetaram a qualidade dos grãos. Segundo o Imea, até 7 de março, 91,84% da área havia sido colhida, abaixo do ritmo de 2024. Além disso, gargalos logísticos, como filas de caminhões e estradas precárias, aumentam os custos e pressionam os produtores.

A colheita do arroz em Santa Catarina está adiantada, com 60% da área já colhida no sul do estado e finalizada no norte. O clima favorável tem garantido grãos de alta qualidade e produtividade recorde, com expectativa de 8,7 mil kg/ha, segundo a Epagri. No entanto, mudanças climáticas entre hoje e sábado (15/03) podem interromper momentaneamente a colheita. A variedade tem sido um diferencial no desempenho da safra. Apesar do alerta para temporais, o estado segue otimista com a produção.

As altas temperaturas têm desafiado a suinocultura brasileira, elevando os riscos de estresse térmico e doenças nos animais. Suínos têm dificuldade em dissipar calor, o que pode afetar a produtividade e até levar à morte. Segundo especialistas, medidas como ventilação adequada, biossegurança e manejo sanitário são essenciais para minimizar impactos. Apesar dos desafios, as exportações de carne suína bateram recorde em fevereiro, com 114,4 mil toneladas embarcadas (+17% frente a 2023), gerando US$ 272,9 milhões. Santa Catarina lidera a produção e exportação nacional, seguida por Rio Grande do Sul e Paraná.

Mato Grosso reafirma sua liderança no agronegócio mundial ao produzir 45,3 milhões de toneladas de soja na safra 2022/2023, volume superior ao de países como Rússia, Canadá e China. Se fosse um país, o estado ocuparia o 4º lugar no ranking global da oleaginosa. Para a safra 2023/2024, a projeção é de 38,4 milhões de toneladas, impactada por fatores climáticos, mas sem comprometer sua posição estratégica. Com um território equivalente à soma de Alemanha e França, Mato Grosso segue como referência no setor, impulsionando a economia brasileira.

O mercado do boi gordo segue firme, impulsionado por um expressivo crescimento de 143% nas exportações de carne bovina. Estados como São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rondônia registraram alta nas cotações devido a escalas de abate mais curtas e forte demanda externa. Nos três primeiros dias úteis de março, o Brasil exportou US$ 295,5 milhões em carne bovina fresca, congelada ou refrigerada, com média diária de US$ 98,4 milhões. Esse cenário reforça a competitividade da pecuária brasileira no mercado global.

A falta de chuvas reduziu drasticamente a umidade do solo em regiões produtoras de milho segunda safra no Brasil. A precipitação acumulada desde fevereiro é a menor em 30 anos, agravada por temperaturas elevadas que aceleram a evapotranspiração. Enquanto o milho ainda não sofreu impacto direto, a persistência da seca até abril pode comprometer a produtividade. Modelos climáticos divergem sobre as previsões para os próximos dias, gerando incertezas para produtores em Mato Grosso, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul. O cenário exige monitoramento constante para evitar perdas na safra.

Uma pesquisa inédita do Grupo GoGenetic, em parceria com a Fazenda Tropical e a Syncbio, revelou que o manejo adequado do solo é essencial para sua recuperação após queimadas. O estudo, realizado em Montividiu (GO), utilizou a metagenômica para analisar o microbioma do solo após um incêndio em setembro de 2024. Apesar dos impactos na biomassa microbiana, os resultados indicam alta resiliência da estrutura microbiana, reforçando a importância da agricultura regenerativa. Segundo especialistas, um manejo contínuo pode acelerar a recuperação e manter a produtividade mesmo em áreas afetadas pelo fogo.

A construção da Avenida da Liberdade, na região metropolitana de Belém, gerou controvérsias ao atravessar uma Área de Proteção Ambiental (APA) e margeando o Parque Estadual do Utinga. O governo do Pará nega impactos ambientais, alegando que o traçado segue uma linha de transmissão já desmatada e que a obra não está ligada à COP30, que será realizada em novembro. Com 13 km de extensão, a avenida conectará Belém à rodovia PA-483. A licença ambiental foi concedida pela Sema em 2023, mas o projeto segue sob debate público.

Os preços do milho seguem em alta na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea, impulsionados por estoques reduzidos e demanda aquecida. Segundo dados da Conab, os estoques iniciais da safra 2024/25 somam apenas 2,04 milhões de toneladas, um dos menores níveis registrados. Na última semana, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) se aproximou dos R$ 90 por saca de 60 kg, valor que não era visto desde abril de 2022. O cenário reforça a valorização do cereal no mercado interno.

O dólar comercial recuou 1,03% nesta segunda-feira (17), fechando a R$ 5,6861, o menor nível desde novembro de 2024. Já o Ibovespa avançou 1,46%, atingindo 130.833,96 pontos, impulsionado pelo otimismo dos investidores. A expectativa sobre decisões de política monetária no Brasil e nos EUA, somada às medidas econômicas da China e à alta do petróleo, aqueceu o mercado. O Banco Central deve elevar a Selic para 13,25%, enquanto o Fed deve manter os juros. O cenário externo favorável e o apetite por risco impulsionaram a valorização da bolsa e a queda do dólar.

Os preços do trigo seguem em alta no Brasil, impulsionados pela oferta limitada no mercado doméstico durante a entressafra. Vendedores estão retraídos, enquanto compradores buscam novos lotes, o que tem levado muitos a recorrerem às importações, consideradas mais vantajosas. Para 2025, a Conab projeta um aumento de 15,6% na produção nacional, alcançando 9,117 milhões de toneladas, com produtividade crescendo 18%. No entanto, a área plantada deve cair 2,1% devido a incertezas climáticas e de mercado. O cenário reforça a volatilidade do setor e a dependência de trigo externo.

O custo de produção da soja para a safra 2025/26 em Mato Grosso registrou alta de 0,54% em março, atingindo R$ 4.073,03 por hectare, segundo o Imea. O aumento foi impulsionado pelo encarecimento dos defensivos (+2,12%) e das operações mecanizadas (+1,27%). Para cobrir os custos, os sojicultores precisarão atingir uma produtividade média de 49,98 sacas/ha, um aumento de 0,73%. Enquanto isso, os custos do milho caíram 1,08%, totalizando R$ 3.131,05/ha, e o algodão teve leve alta de 0,26%, chegando a R$ 10.740,02/ha. A variação nos custos reflete o cenário desafiador do agronegócio em 2025.

As plantas de cobertura vêm ganhando espaço nas fazendas brasileiras, com a braquiária ruziziensis sendo a mais utilizada. Um levantamento da Embrapa Cerrados aponta que 74% dos produtores já adotam essa tecnologia para melhorar a qualidade do solo, reter umidade e aumentar a produtividade. Pequenos e médios agricultores lideram essa prática, muitas vezes integrando-a à pecuária para otimizar o pastejo. O estudo também indica que muitos produtores que ainda não utilizam as plantas de cobertura demonstram interesse em aderir à técnica, reforçando sua expansão no Brasil.

O mercado de milho no Rio Grande do Sul apresentou aumentos pontuais, com preços variando entre R$ 75,00 e R$ 80,00 no interior. Mais de 50% da safra já foi comercializada. Em Santa Catarina, as cooperativas pagam entre R$ 69,00 e R$ 71,00. No Paraná, os preços no porto permanecem estáveis, com milho spot a R$ 72,00/saca. Já no Mato Grosso do Sul, os preços subiram até 18,57%, com destaque para Chapadão (R$ 77,00) e Dourados (R$ 75,79). O cenário indica uma demanda firme e ajustes regionais nos valores.

A previsão indica condições climáticas favoráveis para a colheita da soja e o desenvolvimento do milho segunda safra no Brasil. No Centro-Oeste e Nordeste, chuvas entre 20 e 50 mm devem manter a umidade do solo sem prejudicar as atividades. No Sudeste, o sul de Minas Gerais pode enfrentar volumes superiores a 100 mm, dificultando os trabalhos. O Rio Grande do Sul segue com tempo seco, favorecendo a colheita, enquanto Paraná e Santa Catarina podem ter temporais com vento e granizo. No Norte, o excesso de umidade pode trazer desafios pontuais, exigindo atenção dos produtores.

O preço da soja em Mato Grosso caiu 0,29%, com a saca a R$ 107,65, segundo o Imea. A diferença entre os preços no estado e a Bolsa de Chicago recuou 3,56%, refletindo tensões comerciais entre EUA e China. Em Chicago, a soja para maio caiu 0,27%, cotada a US$ 10,1275 por bushel. O dólar também recuou para R$ 5,67, impactando as cotações. No Porto de Paranaguá, a soja subiu 0,50% no dia, a R$ 133,72/saca, mas acumula queda de 0,52% em março. Nos portos, os preços variam de R$ 132,50 (Santos) a R$ 134 (Rio Grande).