Posts de Ana Bárbara Ferreia

O Radar Macroeconômico da FAESP/SENAR-SP sinaliza uma desaceleração da economia brasileira, agravada pelos limites de gastos impostos pela LOA 2025. Embora a inflação esteja se ajustando, a fragilidade fiscal limita a política monetária e compromete instrumentos essenciais ao agronegócio, como a equalização de juros, o seguro rural e os programas de comercialização. O setor terá que apostar em estratégias mais eficazes e diálogo contínuo para garantir recursos no Plano Agrícola e Pecuário 2025/26.

O custeio do milho para a safra 2025/26 em Mato Grosso caiu 1,08% em fevereiro, totalizando R$ 3.131,05/ha, segundo o Imea. A redução foi puxada pelos menores gastos com sementes, mão de obra e fertilizantes. O Custo Operacional Efetivo (COE) recuou para R$ 4.605,77/ha, e o Custo Operacional Total (COT) caiu 0,75%, chegando a R$ 5.193,36/ha. Para cobrir o COE, o produtor precisa atingir produtividade de 110,12 sc/ha, valor dentro da média histórica, trazendo um cenário mais favorável ao planejamento da nova safra.

O USDA em Brasília revisou para cima a estimativa da safra de soja 2024/25 no Brasil, agora prevista em um recorde de 169,5 milhões de toneladas — 4,5 milhões a mais que a projeção anterior. A produtividade subiu para 3,58 t/ha, e as exportações devem atingir 108,3 milhões de toneladas. Para 2025/26, espera-se nova alta na produção, chegando a 173 milhões de toneladas, apesar do crescimento mais modesto na área plantada. A indústria também será impulsionada, com aumento no processamento e produção de farelo.

Antes pouco explorado, o sorgo vem ganhando espaço nas lavouras brasileiras, dobrando sua produção nas últimas quatro safras e posicionando o país como o 3º maior produtor mundial. Tolerante à seca, adaptável a diversos climas e ideal para sistemas como o ILPF, o grão se destaca como alternativa rentável, especialmente na segunda safra. Com avanços genéticos, como o sorgo Igrowth, produtores já colhem mais de 140 sacas/ha. A cultura ainda contribui para a recuperação de pastagens e supressão de pragas como a cigarrinha, ampliando seu valor estratégico no agro.

A Federarroz anunciou a exportação de arroz a R$ 82 a saca, valor considerado positivo e estratégico para estabilizar o mercado após meses de oscilações. O Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional, vê na negociação uma referência importante, especialmente neste período pós-colheita, quando tradings internacionais voltam ao Brasil. A operação, segundo a entidade, ajuda a equilibrar oferta e demanda e reforça o papel das exportações na formação de preços internos, com destaque para a logística via Porto de Rio Grande.